domingo, 11 de janeiro de 2009

Idade da Inocência

Devia de ter os meus cinco anos quando, diariamente, a minha mãe me pedia para ir buscar o pão à velha padeira simpática que ficava no fundo da rua onde eu morava. Todos os santos dias, antes da hora de almoço, lá ia eu feliz da vida com o saco bordado à mão que a minha mãe guardava religiosamente na primeira gaveta do móvel da cozinha, buscar o pão que ainda quente fazia as minhas delicias antes do almoço.
Mas comer o pão com manteiga não era propriamente o acto que me mais fascinava nas manhãs daqueles tempos.
A padaria ficava no fim da rua e a proprietária, já de idade, tinha a trabalhar consigo a sua bonita filha que ao fundo da loja amassava o pão num movimento electrizante. Ela tinha por hábito usar um vasto decote que mostrava descaradamente o grande par de seios que sustentava, e eu ficava hipnotizado a olhar para aquela parelha de mamas a abanarem e sem saber porquê ficava feliz e com vontade de amassar a massa do pão.
Hoje sei o porquê daquela felicidade mas na idade da inocência quando o momento que mais gostava do dia era o de ir buscar o pão quente, tudo aquilo era novo e tinha um poder mágico aos meus olhos de criança.

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