sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Toca-me uma balada

Olhei para o relógio e já marcava 2:47. Ali estava eu, todo desabotoado, sentado ao balcão daquele bar escuro enquanto bebia a minha sexta Guinness pint e pensava na minha semana de trabalho. Andava tão ocupado que já não tinha tempo para mais nada, a não ser para a minha vida de alcoólico e de workahoolic.
No momento em que os meus olhos se preparavam para fechar devido à elevada taxa de alcoolemia, entrou um jovem que se sentou ao piano e tocou uma daquelas baldas de piano jazz.
No fim da música levantei-me com as lágrimas na cara e com o andar cambalaeante de bêbedo, dei duas "pêras" no puto, subi para cima do piano e gritei por mim próprio a pulmões cheios!

Bebé, faz o olhar diabólico.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Arejo desvanecido

"Epá... man, era a melhor coisa do mundo. Acordava e olhava para ela e sentia-me verdadeiramente bem. Adorava ve-la a dormir e quando acordava aquele sorriso que ela me dava era toda a razão do meu dia. Adorava aquela mulher! Acreditei que era com ela que eu iria estar daqui a muitos anos com filhos e uma renda para pagar e afinal ela, de um momento para o outro, sem razaõ aparente diz-me que tudo o que foi construido já não faz sentido... Diz-me que não há volta a dar... (suspiro) foi tanto tempo! O que vou fazer agora da minha vida?...

Man... Não sei o que te diga. Eu compreendo-te e defendo que toda a pessoa merece uma segunda oportunidade. Espera e acredita que vale a pena lutar. Estas merdas só servem para nos lembrarmos que o amor é uma doença, quando nele julgamos ver a nossa cura."

Aquele abraço man! Espero que te tenha ajudado...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

I take out a word to tell you

i still have a lot to tell you
each day i have another thing to tell
i dream i'm small now
disappearing while another day passes
and i take out a word to tell you, you become farer and farer
farer farer
you are now blurry memories
everything here looks like cartoons
you are now blurry memories
everything here looks like cartoons

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Procura o sentido

When I'm low, and I'm weak, and I'm lost
I don't know who I can trust
Paranoia, the destroyer, comes knocking on my door
You know the pain drifts to days, turns to nights
But it slowly will subside
And when it does, I take a step, I take a breath
And wonder what I'll find

Can you hear what I'm saying?
Got my mind meditating on love, love
Feel what I'm saying
Got my mind meditating on love, love

(The human condition, the human condition)

Too much blood, too much hate, turn off the set
There's got to be something more
When Mohammed, Allah, Buddah, Jesus Christ
Are knocking down my door
I'm agnostic getting God, but man
She takes a female form
There's no time, no space, no law
We're out here on our own

Can you hear what I'm saying?
Got my mind meditating on love, love
Feel what I'm saying
Got my mind meditating on love, love

Check the meaning
(The human condition)
Check the feeling
(The human condition)

Guess it's life, doing it's thing
Making you cry, making you think
Yeah life, dealing it's hand
Making you cry and you don't understand
Life, doing it's thing
Making you cry now, making you think of
Pain, doing it's thing
Making you cry yeah, making you sing

Don't say it, don't say it's too late
Don't, don't say it's too late (It's never too late, it's nevertoo late)
Don't, don't say it's too late (It's never too late)
Don't, don't say it's too late

The human condition, the big decisions
The human condition, the big decisions

I'm like a fish with legs, I fell from the tree
I made a rocket (check the meaning), I made a wheel
I made a rocket (check the feeling), I swam the ocean (check themeaning)
I saw the moon (say a prayer), I seen the universe (and beyond)
I see you (check the feeling), I see me (check the meaning)
That's my reality
And while the city sleeps we go walking

It's a beautiful world
And when the city sleeps we go walking
We find a hole in the sky and then we start talking
And then we say "Jesus Christ, Jesus Christ, Jesus Christ
Buy us some time, buy us some time"
Hear what I'm saying
Can you hear what I'm saying?
Can you hear what I'm saying?
Can you hear what I'm saying?

It's gonna be alright

sábado, 22 de novembro de 2008

Brincadeira de Criança

Esta semana passei uma tarde com um dos meus muitos sobrinhos. Durante esse tempo falámos de diversas coisas e deixei-o desabafar os seus problemas de criança/pré-adolsecente de 12 anos que começa a sentir uma paixão enorme e platónica dentro dele, que fala das brigas com os colegas com grandeza tipica de quem é um acagassado de primeira mas não quer dar a parte fraca; falou da escola e da vida difícil que levava. "Ai aquele teste de Ciências! Metade da turma teve nega" desabafa ele a tentar escapar-se aos pais... Ainda me lembro dessa idade e de como era bom descobrir e viver a vida...


sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Eu não posso ser quem tu és

"Lá por uma pessoa não te amar como tu gostarias, não quer dizer que essa pessoa não te ame com todas as suas forças".

Se há coisa que me magoa é saber que em tempos houve uma pessoa que, apesar de estar comigo, não gostava de mim tal como eu era... Além disso não compreendeu que apesar de eu ser como sou e ter os meus defeitos a amava com tudo o que existia em mim.

Eu não posso ser quem tu és.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Me Llaman Calle

Hoy yo sentí el deseo de escribir en español. Para mí esa es, quizás, la más hermosa lengua hablada en el planeta. Me da un gusto especial andar por las calles y escuchar a las personas hablando español... español triste pero caliente, sucio pero melodico. Me encantan las calles con ritmos hispanos.

Desabafos d'um coração malandro

Ainda dizem que já não há românticos...

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Ficções Nhárras com "Jota" Vasco

Estava um calor desproporcionado para a altura do ano. Estávamos em Abril de 1996 e decidimos tirar uns dias de folga dos nossos empregos. Eu, talhante de profissão e o meu amigo Jota produtor de vinho carrasco já tinhamos como tradição nesta época de ir a Sevilha para irmos visitar a "Feria de Abril" com o objectivo de irmos aumentar as nossas taxas de colestrol com as típicas tapas espanholas que se encontram facilmente nas "casetas".

Nestas visitas a Sevilha tinhamos sempre por objectivo acompanhar todas as corridas de toiros que iriam decorrer na La Maestranza, ir ao Rámon Sànchez Pizjuan ver um ou dois jogos do Sevilla Fútbol Club e, principalmente, visitar o pequeno Pablito. Pablito era uma criança com 8 anos, filho de um relacionamento entre o Jota Vasco e uma linda cigana que conhecera anos antes numa destas nossas visitas. Este era um segredo bem escondido e ocultado pelas nossas viagens de afición para que a mulher do Jota não soubesse de nada. Apesar de ambos sermos bons pais e esposos, quando iamos a Espanha não conseguiamos guardá-lo dentro das calças e acabávamos metidos com todos os rabos de saia que por nós passavam. Creio que neste aspecto tive mais sorte que o Jota pois até podia passar por rebentos meus nas ruas que não os conhecia.

Recuando, então, uns nove anos atrás, lembro-me de estar um dia fantástico e de eu e o Jota estarmos junto à Catedral de Sevilha quando por nós passou duas ciganitas jovens e coradas que traziam algumas flores para vender. O Jota gingão como sempre consultou as jovens para saber os preços das flores. Passado 1 hora estávamos os quatro numa pequena pensão, cada 2 num quarto fazendo amor pela tarde dentro.

No ano seguinte voltámos a encontrar as jovens mas desta vez a linda Mirella (nome da ciganita com quem o João Vasco tinha passado a tarde) já não se encontrava sozinha e tinha a seu colo um jovem bebé de 3 meses. Ao ver aquilo o Jota amimou o bebé quando ela lhe explicou que aquele era seu filho.

Quando tentávamos fugir daquele sitio apareceu um cigano cinquentão que nos agarrou e ameaçou que se o Jota não casasse com a jovem Mirella que nos matava ali mesmo. O Jota como era casado prometeu que todos os anos iria visitar o pequeno Pablito e que lhe levaria dinheiro. O homem insatisfeito fez-nos dar os nossos fios de ouro e os nossos pares de botas ribatejanas e só assim aceitou as condições, ameaçando que se não nos visse lá todos os anos que nos cortaria os tomates e que os daria aos porcos.

Nos anos seguintes não falhámos em nenhum dos compromissos com a comunidade e até passámos por momentos bem complicados. Lembro-me de termos servido como contrabandistas de tupperwares, de transaccionarmos pacotes de heroina para Beja, de entrarmos nas negociatas dos cavalos, de traficar carros roubados e até de chantagear polícias de transito.

No ano de 1996 lembrom-me bem que depois de assistirmos ás habituais corridas de toiros de que tanto gostávamos e após uma vitória do Sevilha de Toni e Emílio Peixe frente ao Espanyol, com dosi tentos do Sukur, fomos ter com a comunidade. Só tivémos tempo de parar num salão de jogos para beber duas imperiais e deixar o pequeno Pablito jogar umas moedas nas máquinas. Esse dia foi bastante especial pois o pequeno jovem quis apresentar uma música para o seu pai.



Ao minuto 0:32 eu e o Jota Vasco surgimos junto ao poste ao lado do pequeno Pablito a bater palmas e a tentar arranjar um esquema para fugir dali para fora.

Digam lá se o Pablito não é parecido com o pai... Aquele penteado é igualzinho.

Atrás está uma sombra

Este fim-de-semana tive uma daquelas sensações únicas. Estava perto da 1 hora da manhã quando subitamente me lavei em lágrimas. Chorei com uma força que desconhecia há muito tempo e durante cerca de uma hora me manti naquilo. Nesse espaço de tempo e apesar do olhar estranho dos meus amigos que não compreendiam o que se estava a passar, eu curtia uma sensação que me estava a libertar e a soltar de algo que nem eu próprio sabia o que era. Ainda hoje não sei bem o que se passou mas de uma coisa tenho a certeza... foi brutal!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Rebórne!

Números, conceitos, junções, datas. Ainda bem que existem para nos dar força para voltar a nós. Está na hora de arrumar a cabeça e recomeçar. Não vai ser fácil!... mas quem disse que estas coisas são fáceis.

Sigur Rós

Já lá vão dois anos desde o último encontro. Lembro-me bem do dia 16 de Julho de 2006 quando me deparei pela primeira vez com este grupo de indivíduos nórdicos que para além de fazerem música única, de darem concertos fabulosos e inesquecíveis conseguem por-me num estado de almo entre o zen e o modjo.
Há anos atrás no pavilhão atlântico foram maravilhosos mas hoje, neste que é o dia que mais odeio do ano, e desta vez no campo pequeno foram algo de soberbo. Admito que durante o espectáculo fiquei arrepiado por diversas vezes e não chorei em certos momentos por vergonha. Estes maganos continuam únicos e com a sua música senti todos os meus músculos a relaxarem, a minha cabeça a navegar por lugares bem melhores que este mundo, fizeram-me sentir bem vivo. Outro factor arrepiante foi a lotação esgotada da sala.
Apesar de ter sido fantástico tenho de por um senão na escolha da sala que para na minha singela opinião, não é a escolha certa.

Já num sentido mais nhárro queria referir que ouvir Sigur Rós "causa calvice" pois eu e a pessoa com que assisti a este concerto (e desde já um grande obrigado pela companhia) conseguimos contar um número astronómico de indíviduos carecas.

Globalização

Hoje fui até à capital de Portugal no meu carro de marca Alemã com combustível proveniente da Arábia Saudita. Quando lá cheguei fui a um estabelecimento comercial Sueco comer um Hot Dog bem americano. Ao fim da tarde fui a uma loja espanhola onde pedi licença a um casal de italianos para ver a capa de um dvd de um filme francês... Acabei por comprar um cd de um cantor inglês. À noite fui jantar a um restaurante mexicano para depois ir ver um concerto de uma banda islândesa.

Isto de dar a volta ao mundo cansa...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Chutos de Testosterona

Hoje ao passear pelos becos virtuais e com a ajuda do meu amigo Pikê encontrei um video que simplesmente me deliciou. Admito que fiquei um pouco chateado de já não se realizarem mini-produções desta qualidade cénica, com cores e personagens berrantes que entram num cérebro masculino com a mesma velocidade que a luz entra pela janela aqui do quarto.

O video que eu estou a falar é o "Boys, Boys, Boys" da cantora Italiana Sabrina Salerno que foi lançado em 1987 em que se ouve em alto e em bom som "Boys, boys, boys I'm looking for the good time Boys, boys, boys I'm ready for your love". Acredito que depois de visionarem o video muitos de vós vão querer responder ao apelo da pobre jovem que coitada, que nem dinheiro tem para comprar umas alças para o soutien.

O que mais me diverte neste video é imaginar os meus irmãos em 1987 a verem isto e a "tentarem responder ao apelo" da jovem moça. LOL

Para as meninas que se estão a questionar sobre a eventual piada do video queria deixar aqui a explicação... É fantástica aquela entrada do empregado com água até aos joelhos a levar a bebida à desamparada cachopa.

domingo, 9 de novembro de 2008

Ficções Nhárras com Cristiano "Krista" Moreira

Gritámos todos juntos no principio da noite "Krista esta vai ser a tua noite!!!". Estava nevoeiro naquela noite de outono de ano de 2014 e todos sabiamos que apesar do frio queriamos alegrar aquele nosso grande amigo que se encaminhava para "a forca". O Krista ia-se casar no dia seguinte com uma loirita franzina que conheceu anos antes quando trabalhava no McDonalds da Póvoa do Varzim... Ao longo dos anos o amor entre ambos cresceu e o Krista acabou mesmo por pedir Patrocínia em casamento junto ao Castelo de Ourém depois de um jogo em que a equipa da casa perdeu com o Abrantes em futsal.

Krista era um hooligan com uma base skinhead e chefe de claque do Abrantes que tinha feito fortuna patenteado frases famosas em t-shirts como "É malhálha! Rámálhálha!"," aaahhh Liiii", "Talvez!", "Pouulhada Alhôz Mulha!".

Em espírito de festa reunimos um bom grupo de amigos para realizarmos uma despedida de solteiro e em tom de homenagem àquele que era para todos nós uma inspiração pelo seu sucesso financeiro decidimos rapar todos o cabelo, vestimos as nossas melhores calças pela meia canela (um grande sucesso na época e uma moda inicada pelo próprio Krista em meados de 2006) e uns belos suspensórios.

Após um jantar farto em carnes que sobraram da sopa da pedra e já com muita cerveja à mistura lá nos encaminhámos até uma garagem que alugámos para fazer a festa. Enquanto fumávamos uns belos cigarros de mentol oferecidos pelo próprio Krista convidávamos algumas chavalas para se juntarem à festa.

Quando chegámos à garagem não perdemos tempo e pusemos a musica no limite do sistema stereo e começámos a beber desalmadamente. Durante horas fizémos monumentais moches ao som do punk rock de uma banda de amigos de claque do Krista.

A luz estava baixa, o Pikê amolgava latas com a cabeça, o Rui dançava com uma das chavalas que conhecemos na rua, o Krista saltava de cima dos móveis em tronco nu, o Rosa tentava a sua sorte com a mesma chavala que o Rui dançava, eu ajudava uma outra chavala a tossir para expulsar o canapé que a fez engasgar.

Enquanto estávamos nós no meio da loucura, aos biqueiros uns aos outros (brincadeira começada pelo Morais e supervisionada pelo João Vasco que se tinha acabado de chegar do seu trabalho na marinha) chegou a noiva do Krista do seu jantar de despedida de solteiro para ver se o seu amado estava bem, quando encontrou o Manolo esfomeado. Enquanto estes desapareceram misteriosamente o Morais continuou a beber até que teve de se soltar num saco de areia.

A verdade é que com a festa e o álcool acabámos todos no chão inconscientes e ninguém se lembrava do que tinha acontecido naquela noite... Só me lembro de acordar e viver aquele casamento fantástico em que o Krista se queixava que lhe doía a cabeça e o Manolo lhe dizia "É normal, bebeste muito ontem."

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Só estou feliz quando chove

Nos últimos dias tenho pensado sobre alguns fragmentos do passado. É curioso como alguns de nós, por vezes, passamos por aquelas fases depressivas que na realidade mais parecem que nos dão prazer. É estranho mas verdade... conheco muitas pessoas assim e eu próprio já senti prazer na destruição, na tristeza e em seguir pelo lado contrário ao que devia. Por vezes por uma questão de rebeldia, outras por uma questão de inconsciência lá segui eu pelo caminho errado e quanto mais me afundava mais prazer e gozo sentia. Hoje penso nisso e não sei se hei-de rir ou chorar mas gostava de sentir que não fiz ninguém sofrer, gostava de ter mudado muita coisa, gostava que certas coisas não tivessem mudado. Hoje é tarde mas segui um caminho e, afinal, optar por um caminho, certo errado, desejado ou não, é viver...



É caso para dizer que "só estou feliz quando chove"

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Onde?

Hoje andei mesmo desencontrado de mim próprio. É que nem fez um raiozinho!


segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Passageiro

"...

-Onde moras?
-Eu não tenho casa... Sou um simples vagabundo e a minha morada é o coração. Sabes, sou um passageiro!
..."

Ficções Nhárras com Nélson Pikê!

Pus-me a caminho em Outubro de 1980 sem um tostão nos bolsos... Apenas tinha metade de uma sandes de queijo que comprei numa tasca da zona ribeirinha do Porto, poucas horas antes de embarcar num cargueiro no porto de Leixões. Meti-me apressado no primeiro contentor que me apareceu e tive a sorte deste estar cheio de garrafas de vinho do Porto e enchidos portugueses. Não sei ao certo quantos dias foram de viagem, sei apenas que nunca me faltou comida nem bebida.


Um dia ao espreitar por uma fenda do contentor consegui ver que estavamos atracados numa cidade que tinha sobre si um céu cinzento e manhoso e que não transmitia muita confiança. De qualquer das formas sai apressado para que ninguém me visse e corri com todas as forças que tinha. Quando consegui, por fim, afastar-me do barco e enquanto tentava recuperar as forças agarrado às pernas, levantei a cabeça e dei comigo em plena Liverpool, cidade berço dos grandes Beatles.


Era a minha primeira vez sozinho fora de Portugal e não sabia dizer uma palavra em Inglês mas não me fiz de menino e lá tentei comunicar com a primeira pessoa que me apareceu à frente em plena Mathew Street que foi um rapaz de grande porte com umas vestimentas de licra cor de rosa e umas plumas pretas ao pescoço e que tocava pandeireta ao mesmo tempo que assobiava e gritava uma melodia psicadélica. No meio da sua histeria ouvi-o a dizer algumas asneiras em portugês e entendi que ele, tal como eu, também era um tuga que havia fugido da vida que levava em Portugal. Nas horas que se seguiram conversámos e cantámos algumas músicas portuguesas para ganharmos alguns trocos para o jantar mas não foi fácil, pois ele quando as pessoas passavam começava a gritar.

Ao chegar da noite lá conseguimos comprar umas sandes de carne e uma cerveja de litro e fomos para uma casa abandonada que era o lar deste meu amigo. Lá ele explicou-me que fazia parte do movimento ocupa e que acreditava na anarquia como sistema.

Durante um mês vivi com o Nélson naquela casa e durante dias, já com o cabelo oxigenado e com alfinetes no nariz, andávamos pela rua a arranjar confusão com os agentes policiais, a roubar tudo o que conseguiamos por pura diversão, a fazermos sexo com prostitutas baratas... enfim, espalhado o terror!

Num dia ao acordámos vimos uns papeis que anunciavam um concerto de uma banda recente chamada Sex Pistols e decidimos ir, entrando pelas traseiras do Philharmonic Hall. No dia lá fomos e quando a banda começou a tocar ficámos consumidos pela violência e pelo alcool e iniciámos uma vaga de destruição e todo aquele local ficou destruido com a furia da malta anáquica. Ao sair ainda tivémos nos confrontos policiais onde o Nélson acabou por ser preso. Desde esse dia que não o vejo...

Miúda, tu vais ser uma mulher em breve!

Depois de uns dias com uma crise de inspiração aqui estou eu de volta às postagens... Esta semana lá tivemos, como já é tradição, a nossa tertúlia de cinema, na qual e com muito entusiasmo vimos o já antigo mas sempre delicioso Pulp Fiction. Este vimos tem uns parêntesis pois, ao mesmo tempo que viamos o filme, ouviamos a banda sonora entoada pelo nosso camarada Pikê... Por falar em banda sonora, creio que é de referenciar a fabulosa banda sonora da trilha cinematográfica, principalmente a malha Girl, you'll be a woman soon. Há várias versões desta música mas a que mais me agrada é, sem dúvida, a versão do Cliff Richards de 1970.
Eu sou grande fã desta letra pois imagino sempre um cenário de um solteirão trintão podre de bebado a tentar engatar a melhor amiga da filha na festa de fim de ano do ciclo preparatório.
Para quem não entende esta música é um grande hino ao amor e não uma música dedicada a algumas pessoas com testas grandes que moram na zona da azambuja e tiram fotos de perfil, como muitos de vocês estão a pensar...